domingo, 5 de setembro de 2010

Meu Melhor amigo da Onça

Recorda: O Tempo é sempre um jogador atento
Que ganha, sem furtar, cada jogada! Ë a lei.
O dia vai, a noite vem; recordar-te-ei!
Esgota-se a clepsidra; o abismo está sedento.

Virá a hora em que o Acaso, onde quer que te aguarde,
Em que a augusta Virtude, esposa ainda intocada,
E até mesmo o Remorso(oh, a última pousada!)
Te dirão: Vais morrer, velho medroso! É tarde!”
(Baudelaire)



Eu acho engraçado o modo como as pessoas se sentem eternas. Pessoas essas nas quais eu também me incluo... a gente sempre diz amanhã eu faço, amanhã eu conto, amanhã eu confesso, amanhã eu conserto, amanhã eu amo...
Pobres mortais, a espera de um milagre chamado tempo, um amigo traíra que um belo dia no meio de um pomar florido, pacífico e calmo nos deixa, nos abandona, vira as costas e sai. Rompe todos os laços de anos construídos, de confianças e de esperanças depositadas nele...
Tento todo o tempo driblar o implacável e imensurável segundo que o precede, que o aproxima, que o afasta... que segue.
Segregado de um contexto sem nexo e sem tempo.
As pessoas parecem não entender que não existe esse tempo, e o maior barato é quando elas por egoísmo, mesquinhez ou pra ter uma segunda escolha dizem: “deixa o tempo resolver as coisas...” (kkkkkkk) covardia de quem não se decide e não sabe o que quer ao certo, apela pra o tempo, adolescentes fúteis e cheios de quereres.
Maldito tempo que não dura a fração de um segundo quando estamos felizes, mas que se arrasta por horas infinitas quando é mágoa, passado, crime, castigo ou dor... sádico e abominável, meu melhor amigo da onça.

 4/9/2010 - Às 21:25

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